A Misericórdia de Deus e a Última Hora

Sermão Padre Wander de Jesus Maia
Sermão proferido pelo Padre Wander de Jesus Maia, em 19/02/2025, na Associação Cultural Cor Mariae Dulcissimum.

Transcrição: Juliano de Henrique Mello ERGO FECIT

Meus filhos, estamos no domingo da Septuagésima, uma semana sem festas, e por isso temos a graça de deter-nos sobre o mistério da mediação posta na oração.

Essa mediação é exatamente a ocupação de nós mesmos, afastando-nos de toda obra de morte, de trevas e de infidelidade, para a obra de justiça e vitalidade a Deus.

Quero destacar dois pontos.

Primeiro, é interessante a insistência que tem o dono da vinha em sair contratando trabalhadores até a última fronteira possível, à hora undécima, no final da tarde. Vejam, meus filhos, a Sabedoria eterna encarnada, como a chamava São Luís Maria de Montfort, nosso Divino Salvador, coloca a questão de forma tão elevada que podemos refletir: qual patrão chamaria alguém para trabalhar na undécima hora, faltando tão pouco para o término do expediente? No entanto, a generosidade e a amplitude de coração de Deus são infinitas. A contratação da última hora demonstra a dilatação do coração de nosso Deus, que quer salvar as almas até o último instante. Até o leito de morte, a justiça divina luta para destruir a obra do demônio em nossas almas, a sua tirania e escravidão.

O segundo ponto que desejo esclarecer é a intensidade da resposta de uns e de outros. Estar com Deus não significa, necessariamente, ser de Deus. Estar e ser podem coincidir quando o ser é real. Mas pode-se estar sem verdadeiramente ser. Percebem a correlação? É algo altamente lógico: quando se é, está-se; mas nem sempre quando se está, é-se.

Essa distinção aparece na diferença entre os murmuradores da primeira hora e os santos da última. Os santos da última hora, como São Dimas, nos ensinam essa lição. O bom ladrão, que foi canonizado pelo próprio Nosso Senhor Jesus Cristo ainda em vida, sem a mediação de ministros sagrados ou pontifícios, é um exemplo sublime da misericórdia divina. Ele não teve tempo para elaborar uma vida inteira de penitência, mas seu arrependimento sincero foi suficiente para receber a promessa do Paraíso.

Temos tantos exemplos de santos que foram chamados nos momentos finais de suas vidas, meus filhos! Ao fim, o que pesará não será quanto tempo servimos, mas o que fomos diante de Deus. Apenas isso.

Que Nossa Senhora, nossa Rainha Santíssima, nos guarde para o reinado de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo. Para sempre seja louvado.

Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.

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