A Separação do Trigo e do Joio: A Verdadeira Fé e a Falsa Religião

Sermão proferido pelo Padre Wander de Jesus Maia
Sermão proferido pelo Padre Wander de Jesus Maia, em 09/02/2025, no 5º Domingo Depois da Epifania, na Associação Cor Mariae Dulcissimum

Transcrição: Juliano de Henrique Mello ERGO FECIT

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Meus filhos, Nosso Senhor não hesitou em chamar os fariseus de “filhos do demônio”. Ele os confrontou com a verdade: se fossem realmente filhos de Abraão, teriam aceitado o Messias. Mas, cegos e endurecidos, conduziam outros cegos ao abismo. Criavam uma Cidade de Mortos, não a Cidade dos Santos.

O Senhor os repreendeu com firmeza quando questionaram sobre a vida futura, expondo sua ignorância: “Vós não conheceis a Escritura. Deus é o Deus dos vivos, de Abraão, de Isaac e de Jacó.” Esse ensinamento recordava a fidelidade de Deus ao Seu próprio desígnio. A fé autêntica plantada por Cristo gerou um vasto campo de trigo: os santos. Em contraste, a cizânia semeada pelo Maligno ao longo da história produziu as heresias, culminando na mais terrível de todas: o Modernismo.

O Modernismo não é apenas uma heresia, mas a soma de todas as heresias passadas. Arianismo, Docetismo, Macedonianismo, Monofisismo, Monotelismo, Protestantismo — tudo isso se reuniu no Modernismo. E do Modernismo nasceu o Concílio Vaticano II, que produziu a nova e falsa religião, inimiga da Tradição, da Escritura e do Magistério autêntico.

A nova religião nega e deturpa a Escritura, odeia a Tradição que a recebeu e protegeu, e rejeita o Magistério luminoso que nasceu dessa aliança. Assim, criou-se um vasto campo de joio, um vale de cadáveres sem rumo e sem norte, presos numa fossa de falsas doutrinas. Como negar que a cizânia se alastrou quando a maior comunidade da nova religião aconselha a contracepção para não ter gastos com seus consagrados? Se isso não é fruto da cizânia, o que mais poderia ser?

O inimigo semeou essa perfídia dentro da própria Igreja, transformando-a, aos olhos do mundo, na Cidade dos Mortos. E por que Nosso Senhor ainda não a ceifou? Porque Ele permite que muitos revelem quem realmente são. Aguardem, meus filhos, pois ainda veremos quem é joio e quem é trigo. Dentro da Tradição, haverá bom trigo. Fora dela, esqueçam: a apostasia não gera santos.

Nenhum santo pode surgir dessa falsa religião, pois algo não santo não pode gerar santidade. O dia virá em que um santo Papa precisará cancelar milhares de falsas canonizações e corrigir esse erro monumental. Isso será inevitável. Muitas figuras tidas como trigo se revelarão apenas joio encapado, enquanto alguns poucos serão resgatados pela misericórdia de Deus.

O que vemos hoje é a grande separação. O trigo verdadeiro se manterá firme, mas o joio será lançado ao fogo. E quem se apega afetivamente ao passado corrompido da nova religião precisa romper esses laços. O apego afetivo impede a luz de Deus de agir em nós.

Pais, vós que tendes a missão de guiar vossos filhos, perguntai-vos: estais oferecendo a eles a verdadeira fé católica? Estais conduzindo-os à Missa de Sempre, à doutrina de sempre, à verdade de sempre? Deus vos cobrará por isso. Não há desculpa para conivência com a falsa religião.

A antiga religião dos reis santos não tolerava a idolatria. Os patriarcas da fé expulsavam as falsas crenças de suas terras. Assim devem fazer os pais dentro de seus lares. Não pode haver concessão ao erro. “Dentro das minhas fronteiras, eu não aceito falsa religião.” Assim fizeram os reis santos do passado, como Josias, que mandou queimar os túmulos dos falsos sacerdotes e lançar suas cinzas para fora das fronteiras. O Senhor não permite a mistura do trigo com o joio indefinidamente.

Pais, dentro dos vossos lares, não concedam espaço à falsa religião. Sejam firmes como patriarcas, porque no dia do vosso juízo Deus vos perguntará se todos os meios foram postos para que vossos filhos crescessem na fé verdadeira. Se não os instruístes na verdadeira doutrina, se não os levastes à Missa de Sempre, se permitistes que fossem doutrinados pela nova religião, como podereis responder a Deus?

E para os filhos: rompei com a idolatria! Se estais em relacionamentos com pagãos, terminai-os. O matrimônio católico não pode existir com um pagão. A falsa religião quer infiltrar-se nas famílias, nas casas, nos corações. Mas dentro das minhas fronteiras, eu não aceito. Pais, guiem vossos filhos. Filhos, cortem os laços com o erro.

Este ano é um tempo de subida, um tempo de purificação. O Senhor está fazendo grandes coisas por nós, sem mérito algum de nossa parte. Mas se endurecermos nossos corações, perderemos essa graça. Não há mais tempo para concessões.

Que Nossa Senhora nos alcance coragem e força para cortar os laços com o erro. Que possamos moldar nossos corações à semelhança de Cristo, obediente até a morte e morte de cruz.

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

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