Publicado originalmente na revista “The Angelus”
“Para os católicos de hoje, a Fraternidade oferece uma verdade sem compromissos, pregada sem condicionamentos, e com meios para vivê-la plenamente, para a salvação das almas e para o serviço de toda a Igreja.”
The Angelus: 1. Reverendo Padre, como explicaria o senhor o papel da Fraternidade São Pio X em 2024? Em vez de uma igreja paralela, como alguns afirmam, ela é primordialmente uma testemunha da Tradição? Ou teria por missão o esforço missionário em todo o mundo, como o tiveram antigamente os
Padres do Espírito Santo? Ou alguma outra coisa?
Don Davide Pagliarani: O papel da Fraternidade em 2024 não é fundamentalmente diferente daquele que ela tem desempenhado desde sua fundação, e que seus Estatutos especificam quando dizem: O objetivo da Fraternidade é o sacerdócio e tudo o que está relacionado a ele e nada que não seja isso. A Fraternidade é, antes de tudo, uma sociedade sacerdotal voltada para a santificação dos sacerdotes e, portanto, para a santificação das almas e da Igreja em geral por meio da santidade do sacerdócio. Como também afirmam nossos estatutos, a Fraternidade é essencialmente apostólica, porque o sacrifício da missa também é apostólico.
Desde sua fundação, a Fraternidade tem exercido esse papel no contexto particular de uma crise sem precedentes que afeta o sacerdócio, a missa, a fé e todos os tesouros da Igreja. Nesse sentido, ela constitui um “lembrete” da realidade desses tesouros e de sua necessidade para a restauração de todas as coisas. Sem haver escolhido, a Fraternidade vive como testemunha privilegiada da Tradição em uma situação em que a mesma se encontra eclipsada. E um fato que a Fraternidade, nesse aspecto, se situa como um sinal de contradição em favor da Tradição da Igreja. Sua força nessa defesa é única, na medida em que sua rejeição a todas as reformas liberais é intransigente e sem concessões. Dessa forma, sua posição é uma resposta direta e completa em relação ao que a Igreja precisa na presente situação.
O que talvez tenha sido novo nos últimos anos é a maneira como os católicos perplexos vêem a Fraternidade. Aos olhos de muitos, a Fraternidade foi desdemonizada. Ela não é mais vista como uma igreja paralela, cismática ou prestes a se tornar assim, nem como um grupo minúsculo que reage contra a modernidade, fechado em seus modos retrógrados e incapaz de acompanhar os tempos. Hoje, sua situação é frequentemente invejada e seus tesouros cobiçados. Em suma, ela é um marco para muitos. Os fiéis que a descobrem são atraídos por sua pregação, sua liturgia, a caridade de seus sacerdotes, a qualidade de suas escolas, a atmosfera de suas capelas. E, cada vez mais, a Fraternidade está ajudando tanto os fiéis quanto os padres a redescobrirem os tesouros da Igreja. Isso é muito encorajador.
2. O que a Fraternidade São Pio X tem a oferecer aos católicos de hoje que não seja oferecido pelas comunidades Ecclesia Dei?
As comunidades anteriormente ligadas à Comissão Ecclesia Dei, que não existe mais, oferecem a liturgia tradicional à sua maneira e, em geral, dispensam um catecismo tradicional. À primeira vista, poderíamos pensar que pouco as distingue da Fraternidade. Entretanto, eles mesmos insistem em se distinguir da Fraternidade, particularmente em termos de obediência. Eles descrevem a Fraternidade como animada por um espírito tingido de sedevacantismo, vivendo como se não tivesse que prestar contas a ninguém e, portanto, constituindo um perigo para a união eclesial e a fé de seus fiéis. De acordo com eles, para simplificar um pouco as coisas, eles afirmam estar fazendo dentro da Igreja o que a Fraternidade está tentando fazer fora da Igreja.
O que eles não dizem é que, na realidade, eles têm apenas uma liberdade limitada, têm apenas o espaço concedido a eles por uma hierarquia que é mais ou menos benevolente, mais ou menos inspirada por princípios personalistas e liberais e, em todo caso, incapaz de reconhecer o lugar necessário e primordial da Tradição da Igreja. Como resultado, seu apostolado e sua influência são restringidos, dificultados e comprometidos, de modo que a questão de sua sobrevivência prática se torna cada vez mais preocupante. Mais ainda, o significado de seu apego à Tradição está se tornando difícil de entender. Essa liberdade restrita é concedida a eles em nome de um carisma particular, uma preferência litúrgica, uma sensibilidade particular. Isso tem várias consequências extremamente graves.
Em primeiro lugar, a Tradição não é mais defendida como o único elemento necessário e indispensável com direitos imprescritíveis na Igreja. Ela é reivindicada como um bem preferível.
Reivindica-se o direito de desfrutar da liturgia tradicional, sem nenhum lembrete claro de que a liturgia moderna é inaceitável porque corrompe a fé. Reivindica-se o direito de se manter na doutrina tradicional, sem nenhum lembrete claro de que essa Tradição é a única garantia da integridade da fé, excluindo qualquer orientação que se afaste dela. Ora, a Tradição não pode ser defendida como um bem particular desta ou daquela comunidade, que só pede o direito de viver de acordo com ela para si mesma, em preferência a outro bem; a Tradição deve ser defendida como o bem comum de toda a Igreja, e reivindicada como exclusiva para todo católico. Por outro lado, além da precariedade de sua situação, essas comunidades se vêem condicionadas na expressão pública de sua fé. Em particular, a oposição a qualquer forma de liberalismo é impossível para elas. No entanto, a Tradição não pode ser efetivamente defendida sem, ao mesmo tempo, condenar os erros que se opõem a ela. E, pelo facto de nos calarmos perante estes erros, acabamos por deixar de aperceber-nos da sua nocividade, assimilando-os pouco a pouco sem nos darmos conta.
É claro que não julgamos o bem que este ou aquele padre pode fazer nesta ou naquela situação, nem o zelo que pode animá-lo pessoalmente no serviço das almas. Mas observamos que a precariedade dessas comunidades e o condicionamento a que foram submetidas na prática desde sua fundação, objetivamente as priva da plena liberdade de servir incondicionalmente à Igreja universal.
Por sua vez, ao não se deixar intimidar por ameaças ou golpes, e ao dar à Fraternidade os meios para continuar sua luta pela Igreja, Dom Lefebvre deu resolutamente à Fraternidade uma liberdade soberana: não a falsa liberdade de uma desejada independência de toda autoridade humana, mas a verdadeira liberdade de trabalhar solidamente e sem condicionamentos pela restauração da fé, do sacerdócio e da missa. Para os católicos de hoje, a Fraternidade oferece uma verdade sem compromissos, pregada sem condicionamentos, e com meios para vivê-la plenamente, para a salvação das almas e para o serviço de toda a Igreja.
3. Em sua opinião, qual é o maior obstáculo para aqueles que relutam em participar das missas da Fraternidade?
O motivo que, sem dúvida, detém alguns fiéis atraídos pela liturgia tradicional é a aparente ilegalidade de nossa situação canônica, o fato de não sermos oficialmente reconhecidos pela autoridade eclesiástica. E isso nos leva de volta à questão da obediência, mencionada acima. O que precisamos entender é que, embora ser reconhecido e aprovado pelas autoridades seja sempre desejável para as obras da Igreja, há situações excepcionais em que isso não é absolutamente necessário.
A própria situação da Fraternidade depende da situação da Igreja em geral, que há várias décadas vem passando por uma crise sem precedentes. O próprio Papa Paulo VI falou da autodemolição da Igreja. Infelizmente, isso pode ser explicado pelo favorecimento dado pelas mais altas autoridades da Igreja aos erros modernos, que, na época do Concílio Vaticano II e nas reformas que se seguiram, penetraram profundamente em toda a Igreja e levaram inúmeras massas de fiéis a abandonar a fé. Tanto é assim que, em vez de preservar o depósito da fé para a salvação das almas e o bem comum de toda a Igreja, o papa colocou sua autoridade a serviço da demolição da Igreja.
Foi um mérito imenso do Dom Lefebvre recusar essa autodemolição e preservar corajosamente a Tradição da Igreja, rejeitando as novidades destrutivas e continuando a oferecer às almas os bens sobrenaturais da doutrina, da missa e dos sacramentos. No entanto, foi exatamente por esse motivo que as autoridades eclesiásticas decidiram sancioná-lo, suprimir sua obra e, assim, privá-lo do reconhecimento canônico. O que estava em jogo na época era nada menos do que a salvaguarda da fé católica e da liturgia, expressão dessa fé. Diante desse abuso de autoridade, o arcebispo Lefebvre não pôde aceitar interromper seu trabalho. Fazer isso teria sido abandonar os fiéis, que teriam sido privados da sã doutrina e da liturgia tradicional, e deixados sem orientação diante dos erros modernos. Dom Lefebvre entendeu que a supressão da Fraternidade era um abuso de autoridade, que comprometia gravemente o bem da Igreja. Ora, a autoridade é dada ao Papa para preservar o bem da Igreja, não para comprometê-lo. Assim, a obediência é-lhe devida quando se trata de colaborar para o bem da Igreja, não quando se trata de colaborar para sua ruína. Lembrando-se de que, por vontade de Nosso Senhor Jesus Cristo, a salvação das almas é a primeira lei da Igreja, à qual todas as outras leis canônicas estão suspensas, preferiu obedecer a essa primeira lei, correndo o risco de ser rejeitado pela hierarquia, a descumpri-la, submetendo-se às proibições que se abatiam sobre ele.
Infelizmente, a situação ainda é a mesma hoje, e a Fraternidade continua pondo o bem das almas e o bem da Igreja em primeiro lugar, sem se preocupar com intimidações ou críticas. Ela ficaria muito feliz se fosse aprovada pela autoridade suprema – já que seria um sinal de que a autoridade redescobriu o senso de sua missão, e entendeu o que é o verdadeiro bem da Igreja. Sim, a Fraternidade ficaria feliz em continuar servindo a Igreja de forma legal; mas, enquanto o preço dessa legalidade for a aceitação do inaceitável, dos erros que destroem a Igreja e da liturgia que corrompe a Fé, a Fraternidade prefere continuar trabalhando apesar da desaprovação injusta que a afeta, em vez de trair a Igreja, e as almas que encontram refúgio em suas capelas.
4. Qual é a melhor maneira de as famílias beneficiarem-se do que a Fraternidade São Pio X tem a oferecer?
As famílias são uma preocupação especial para a Fraternidade, porque é onde as vocações nascem e crescem, e onde nascem aqueles que fundarão as famílias de amanhã. Ao se estabelecerem perto de nossos priorados, as famílias se beneficiam de uma vida paroquial rica, sustentada pelos sacramentos, ritmada pela oração e animada por muitas outras famílias, que formam um tecido reconfortante de ajuda mútua e caridade cristã. Quanto mais uma família se envolve na vida de uma capela ou priorado, mais forte e radiante ela se torna. O altar naturalmente se torna um ponto de referência para ela e a fonte de sua vida espiritual, a dedicação que ela manifesta lhe permite crescer em generosidade e, pouco a pouco, a vida litúrgica e sacramental a desprende do espírito do mundo e favorece o florescimento das virtudes cristas.
É claro que também devemos mencionar as escolas dirigidas pela Fraternidade ou pelas comunidades ligadas a ela, onde se procura formar homens e mulheres completos, tanto intelectual e fisicamente quanto moral e sobrenaturalmente. Essas escolas, embora imperfeitas como todos os esforços humanos, são, no entanto, verdadeiras bênçãos para as famílias.
Por fim, gostaria de mencionar a Ordem Terceira de nossa Fraternidade, que oferece às famílias, em particular, uma estrutura espiritual muito sólida para orientar os pais em seus vários deveres e, em particular, em sua missão educacional. Por meio dessa filiação mais direta, os fiéis se beneficiam de todas as graças da Fraternidade, adquiridas por meio das orações e dos méritos de seus membros, e a apoiam espiritualmente em sua luta pela Igreja. Isso, somado à fidelidade pessoal aos compromissos muito simples da regra, é um grande apoio para sua santificação pessoal e a de toda a sua família.
5. Qual é o maior perigo que os católicos tradicionais enfrentam atualmente? Onde são mais vulneráveis?
A primeira coisa em que posso pensar é a ameaça do espírito do mundo, feito de conforto, materialismo, sensualidade e moleza. Nossos fiéis, e os próprios membros da Fraternidade, são homens como quaisquer outros, feridos pelo pecado original, e é importante não subestimar ingenuamente a potencial corrupção da vida cristã na alma de cada católico, seja por meio do respeito humano, da indiferença, do egoísmo ou da impureza. Devemos fazer tudo o que pudermos para nos protegermos disso, e aos jovens em particular. Isso significa estudar os problemas concretos que enfrentamos hoje, particularmente em decorrência do acesso generalizado à Internet, que muitas vezes é uma cloaca moral e ideológica. A invasão das telas e seu uso descontrolado devem ser objeto de um estudo sério, para que haja uma conscientização dos problemas que isso representa, e para a implementação de reações saudáveis que limitem os danos e, mais ainda, os previnam.
Outro ponto a ser enfatizado, talvez entre os fiéis que sempre foram tradicionalistas, é o risco de adormecer no conforto de uma situação adquirida por meio dos esforços dos mais velhos. Parece-me que, pelo contrário, os esforços de nossos pioneiros nos obrigam. A maior facilidade que temos hoje para acessar os tesouros da Missa e da Tradição nos é dada para que possamos vivê-los plenamente. Não devemos relaxar e descansar sobre nossos louros; as almas a serem salvas são mais numerosas do que nunca, e a luta por elas é mais forte e necessária do que nunca. O tempo e as facilidades disponíveis devem nos encorajar a trabalhar ainda mais diligentemente em nossa própria santificação e no desenvolvimento das obras apostólicas. É necessária uma grande generosidade nessa direção e, acima de tudo, uma maneira de ser apóstolo que seja absoluta e resolutamente sobrenatural.
Por fim, talvez ainda exista um último perigo, que é o de viver no conforto intelectual daqueles que sabem que estão certos e que julgam com desdém aqueles que estão errados. Por um lado, a necessidade de formação é universal, e muitas vezes nos enganamos ao acreditar que não temos mais nada a aprender; pelo contrário, é essencial continuar a nos formar em assuntos
importantes, nos quais todo católico deve ser esclarecido para poder esclarecer os outros. Por outro lado, é uma atitude ruim julgar os outros como inferiores sob o pretexto de que receberam menos. Ao contrário, um católico digno desse nome, animado por uma autêntica caridade, deve ter no coração o desejo de acolher com benevolência aqueles que estão na ignorância, para poder ajudá-los a progredir na descoberta da verdadeira fé. Uma caridade vivida, benevolente e paciente, faz mais para difundir a fé do que um discurso acadêmico repleto de críticas infelizes e condescendentes.
6. Estamos agora na metade de seu mandato como Superior Geral. Quais são suas reflexões sobre os últimos seis anos?
Uma das coisas que mais me impressionou nos últimos seis anos foi a generosidade demonstrada por nossos Padres em seu apostolado, e que eles foram capazes de demonstrar, em particular, durante a crise da Covid. Com prudência, eles foram capazes de assumir certos riscos oportunos, às vezes com grande engenhosidade, para responder da melhor maneira possível às necessidades das almas. Esse período mostrou a capacidade da Fraternidade de encontrar respostas proporcionais à situações excepcionais, colocando o bem espiritual dos fiéis em primeiro lugar.
Foi uma bela ilustração do princípio lembrado acima: “a salvação das almas é a lei suprema da Igreja”.
O motu proprio Traditionis custodes foi outra lição importante dos últimos anos. Esse texto, que se encaixa logicamente na perspectiva do atual pontificado, provou mais uma vez, e de forma definitiva, a grande prudência e a profunda sabedoria da decisão tomada pelo Arcebispo Lefebvre em 1988: ao prosseguir com as sagrações, apesar da falta de mandato pontifício, ele realmente deu à Fraternidade os meios para continuar sua missão de “guardiã da Tradição”. Hoje, a relevância dessa escolha é indiscutível. Onde estaríamos sem nossos bispos? Onde estaria a Tradição na Igreja? E quem mais hoje tem a liberdade que nós temos para viver plenamente dos tesouros da Igreja? Sem dúvida, o crescimento de nosso apostolado pode ser explicado por essa nova evidência.
7. O senhor menciona nossos bispos, e acho que todos nós temos em mente a triste perda de Dom Tissier de Mallerais. O que essa partida significa para a Fraternidade? Pode nos dizer quais são as consequências disso com relação aos meios de que a Fraternidade dispõe para cumprir sua missão? Em outras palavras, voltando agora à metade do seu mandato, como o senhor vê os próximos seis anos?
A morte de Dom Tissier de Mallerais é um dos eventos mais marcantes da história da Fraternidade. Uma página inteira de nossa história está sendo virada e entra na eternidade. Mas que página magnífica! Dom Tissier esteve presente desde o início, desde as primeiras horas da epopeia de Dom Lefebvre. Ele viveu intimamente com nosso fundador, compartilhando com ele as alegrias e tristezas que acompanharam o crescimento da Fraternidade, até que finalmente foi escolhido para ser um dos quatro bispos que o sucederam. E toda a sua vida foi de ardente e corajosa fidelidade ao combate da fé, à missão da Fraternidade. Pela Igreja, pelas almas, até o fim. Ele foi além de suas forças. Sua generosidade e seu zelo o levaram mais longe do que seus passos podiam levá-lo. Ele também demonstrava uma paixão sem igual por nos falar sobre Dom Lefebvre e a história da Fraternidade. Sentimos falta de sua presença. Mas nos sentimos orgulhosos de Dom Tissier de Mallerais. Orgulhosos de nosso bispo e do exemplo que ele nos deixa.
Então, é claro que a Providência está nos falando por meio desse acontecimento. É muito claro que essa morte levanta a questão da continuidade da obra da Fraternidade, que agora conta com apenas dois bispos, e cuja missão junto às almas parece mais necessária do que nunca, nos tempos de terrível confusão que a Igreja está vivendo hoje. Mas essa questão só pode ser tratada com calma e oração. Seguindo o exemplo de Dom Lefebvre, a Fraternidade se deixa guiar pela Providência, a qual sempre indicou claramente os caminhos a serem seguidos e as decisões a serem tomadas. Hoje, como no passado, essa Providência está nos guiando. O futuro está em suas mãos, portanto, vamos segui-la com confiança. Quando chegar a hora, saberemos como assumir nossas responsabilidades, com a consciência tranquila. Perante as almas e perante os membros da Fraternidade. Perante a Igreja. Perante Deus. Sigamos em paz e simplesmente confiemos esta intenção a Nossa Senhora.
Quanto ao futuro, de modo mais geral, espero verdadeiramente, que os próximos anos vejam os sacerdotes e os fiéis dando nova importância a uma questão vital, a das vocações. Não apenas em termos de atrair cada vez mais novos recrutas para o serviço de Cristo, seja na vida sacerdotal ou religiosa, mas também em termos de garantir a perseverança das vocações.
E acho que devemos entender, em particular, que precisamos orar mais. Sim, orar. Rezar para que Deus envie trabalhadores para a sua messe, porque ela é abundante e eles são poucos. E rezar para agradecer pelas vocações que já recebemos, porque os últimos anos têm sido muito encorajadores nesse aspecto. Mas o ideal de santidade deve atrair cada vez mais almas consagradas e se tornar cada vez mais atraente para nossos jovens. As almas estão esperando. Elas precisam de legiões de apóstolos. E esses apóstolos, pastores ou almas contemplativas, somente Deus pode suscitar. Portanto, devemos orar a Deus para que Ele chame, e que as almas generosas estejam abertas à sua voz e respondam fielmente. Peçamos essa graça especialmente à Virgem Imaculada, Nossa Senhora da Compaixão, Mãe dos sacerdotes e modelo das almas religiosas.
Deus lhes abençoe!
Don Davide Pagliarani
Superior Geral
Veja mais artigos como este no site da FSSPX